O NRF Retail’s Big Show é o maior evento de varejo do mundo. Ocorre todos os anos Nova York (EUA), reunindo executivos tomadores de decisão de todos os continentes para dias de pura imersão.
A eterna busca por um varejo cada vez maior deu lugar a um novo objetivo, a melhoria dos resultados nas lojas que já existem, o que acabou pautando todos os assuntos. A qualidade tomou o lugar da quantidade em uma maior otimização dos serviços.
Atentos a tudo que aconteceu no evento, compilamos as tendências de maior impacto na vida dos varejistas em 2016:
– Globalização: Em 2015, segundo a edição mais recente do relatório Global Powers of Retailing, da Deloitte, 33 dos 250 maiores varejistas mundiais têm atuação no Brasil. Esse dado reforça uma tendência já observada: as gigantes do varejo mundial têm o país na mira, sendo a entrada de gigantes como a Amazon vista como uma questão de tempo, retardada pela impressionante burocracia fiscal. Ainda assim, o cenário é de alerta ao varejista brasileiro: para brigar com quem vem de fora, é necessária uma avaliação irrestrita das práticas, processos e produtividade.
– Millennials: a famosa geração nascida a partir de 1980 não para de causar, provocando mudanças cada vez mais drásticas no varejo. Nos corredores da NRF2016, o mantra era um só: millenials, millenials, millenials. A chegada da geração em peso ao ambiente de consumo exige desapego, reinvenção e inovação da parte do varejista. Não é novidade que eles se relacionam de forma completamente diferente com marcas, produtos e serviços. Para os Millennials, viver a experiência é muito mais importante que possuir o produto, mudando assim a lógica do consumo. O uso de aplicativos para quase tudo na vida é praticamente essencial, estão conectados o tempo todo sempre recebendo informação, e exigem uma boa experiência no mobile. Na pauta: repensar canais, formatos e moods de venda, privilegiando a camada digital.
– Internet das Coisas: O IoT, conceito utilizado para designar a conectividade de objetos físicos com o mundo digital por meio da web não é mais tema de ficção científica, e tem se tornado cada vez mais importante em discussões estratégicas. Afinal, a conexão entre o mundo físico e o mundo digital por meio da web está cada vez mais real. Durante a NRF, diversas soluções economicamente viáveis, e com retorno sobre o investimento, foram apresentadas, mostrando todas as possibilidades de uso da Internet das Coisas pelo varejo.
– Mundo digital: não existe mais fronteira entre online e offline – a tendência das edições passadas de articulação entre o físico e o digital se confirma e amplia. O que antes era omnichannel e, depois, phygital, agora é all-line, termo cunhado pelo Google para dizer, de forma simples: “tudo é digital, até o físico”. Agora, os consumidores se relacionam com marcas pelo celular, o que já se configura como um dos pilares no início do processo de desenvolvimento do relacionamento com o cliente. Agora, quem não tem presença digital não consegue nem chegar ao consumidor. Por isso é preciso repensar o ambiente físico e sua integração em rede com o digital. O que antes era competição, agora é sinergia: se o consumidor visita sua loja física acessando o celular para pesquisar preços, tire o melhor proveito dessa situação e incentive-o a pesquisar.
– Big data: Há muitos anos o Big Data foi a palavra de ordem no meio corporativo. Hoje, se já não se fala tanto nele com o fervor de antes é porque ele já se tornou uma realidade imprescindível. Quem não recolhe, processa e interpreta suas diversas bases de dados perde em competitividade frente aos concorrentes. Quando foi a última vez que você usou dados de campo para geração de ofertas segmentadas?
– Propósito e cultura: Nesse novo mundo, onde a personalidade da marca vira moeda, as empresas precisam de um propósito muito bem definido, além de uma cultura corporativa que diga qual é o seu objetivo como empresa. Não é mais possível ser tudo para todos, se adequar a infinitos públicos da mesma forma – a questão é possuir identidade. Nessa batalha, vence quem consegue se destacar e se tornar relevante para aquele público que define como o seu.
Com esse novo cenário, as regras são claras: o foco não é mais no ponto de venda, e sim no ponto de compras – o cliente. A batalha pelo tráfego está na web e não na loja, já que 70% das compras começam na internet.
Embora a indústria queira que tudo seja convergente, o cliente é divergente: só faz o que quer, onde quer, com quem quer, quando quer. Para o varejista sobreviver, conhecer esse cliente é fundamental.
O que você achou das tendências apresentadas no evento? Agora é momento de respirar e refletir sobre cada uma na realidade do seu negócio.